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Assunto do contato | | DECEPÇÃO COM A FALTA DE AMOR | |
DESABAFE | | Sou uma pessoa muito calma e tento não transparecer o maximo de tudo que eu tenho passado. Sou muito sensivel nao sei se isso é bom. Eu sempre desabafo com o pai e quando nao consigo,tudo se acumula em mim e hoje foi um dia que eu não consegui manter.E quase não consegui parar de chorar .O que me causou uma tristeza tão grande que até agora que eu comeco a falar me sinto triste.Irmãos nossa igreja aqui na europa não é ensinada a seguir os ensinamentos de Paulo Rm 16. em que Paulo ensina e orienta ajudar o seu irmão. Aqui na Belgica eu querendo um abrigo pra sair dos hoteis e os irmãos querendo me abrigar com o mesmo tanto do hotel. Lá em Belém hospedamos até hoje pessoas em casa sem pedir nada as pessoas ficam em casa por longos tempos e depois vão nunca tivemos coragem de pedir nada.Somos pobres materialmente mas,os ensinamentos de Paulo seguimos pois foi uma ordem de Jesus. Pessoas usando o nome de Deus em vão. Estou muito trste por isso. Agora e tentar esperar o que Deus poderá fazer;Ter um pouco de Paciencia
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RESPOSTA:
Querida amiga,
Eu estava meditando sobre as características do empreendedor, inerentes também à qualquer missionário, e uma das que me chamou a atenção, é a característica chamada discernimento (capacidade de análise, de avaliação e julgamento). Essa característica que também é mencionada na Bíblia e qualificada como um dom divino, faz com que o "empreendedor" corra "riscos calculados", se antecipe aos problemas também antecipando as soluções, mas o mais importante de tudo, torna-o capacitado para perceber, detectar e identificar oportunidades, e também erros, fracassos, e ao perceber, é capaz de reconhecer, analisar, traçar novo caminho, novas metas, "levantar do chão, sacudir a poeira e seguir em frente mais uma vez".
Estou falando isso porque pensei também no pequeno, simples e "desprezível" pastor de ovelhas chamado Davi. O rapaz que fora esquecido até pelo próprio pai, foi relegado à uma vida no campo pastoreando ovelhas. Diante da indiferança de sua familia e de seu povo, ele não tinha obrigação alguma de por em risco a sua própria vida para defender as ovelhas de um pai que não se importava, e de um povo que não o conhecia. Mas você sabe que foi isso que Ele fez. O que me chama mesmo a atenção, foi quando ele teve que fugir para o deserto, como um marginal, como um criminoso, jurado de morte por Saul à quem ajudara a manter-se no trono. Ele, que somente fizera o bem, sentiu o chamado para guerrear contra Golias, obedeceu e matou o gigante, mas o que recebeu em troca? perseguição, indiferença, ingratidão. Porque o povo não o defendeu contra a injustiça de Saul? onde estava a sua família nessa hora? Creio que ele deve ter pensado: ninguém se lembra mais de quem arriscou a vida para livrá-los do gigante ... meu pai não se lembra mais das batalhas que travei com o urso e o leão para salvar as suas ovelhas.
Davi estava na sua "Bélgica particular", sentindo-se sozinho, cercado por pessoas estranhas, diz a Bíblia que eram homens enfermos, aflitos de espírito, mendigos ... Mas Davi era possuidor de um espírito empreendedor, e nós vemos que ele retorna ao templo em busca de alimento e de armas (força e capacidade). As vezes precisamos retornar, outras vezes avançar, "partir pra cima", e é o discernimento do Espírito que me diz o que fazer.
Infelizmente por causa da pressão e cobrança da igreja, do pastor, do líder de missões, criou-se uma falsa verdade de que dar um passo atrás "é errado, é fracasso, é derrota". Porém quando eu olho para a Bíblia, e para a vida de grandes líderes evangélicos e seculares, vejo muitos que alcançaram a vitória tão almejada, somente depois que fizeram uma "revisão" e uma "reorganização" do seu ministério (na visão de alguns um retrocesso).
Querida irmã, a situação que você me descreveu, é uma situação real e esperada, já que nos cursos de missiologia aprendemos sobre as diferenças culturais (apesar de saber que na prática é muito pior). Por isso, no ÚNICO intuito de te ajudar, gostaria de fazer uma pergunta, te incentivando a analisar e a responder para si mesma: A sua ida para a Bélgica, foi um risco calculado? ou foi um risco inesperado?
Conforme for a sua resposta, você tem duas alternativas:
1 - Risco calculado - Deixar a "cabeça fria", orar à Deus, compartilhar com pessoas de Deus para receber conselho e oração (como você está fazendo agora), fazer uma análise, traçar novas metas, estratégias, LEVANTAR, SACUDIR A POEIRA E CONTINUAR EM FRENTE.
2 - Risco imprevisível - Orar à Deus, buscar conselho, analisar (discernimento), e conforme for a sua conclusão, se for necessário não ter medo ou vergonha de dar um passo atrás, para que depois possa dar 100 passos para frente saindo da situação em que está.
O missionário empreendedor não deve ter medo de rever, reavaliar suas decisões e planos, às vezes uma pequena mudança na estratégia, no lugar, no tempo ou no prazo pode fazer toda a diferença trazendo um novo "norte" ao seu ministério, porém, tudo deve ser feito com oração é claro.
Apesar de ter a consciência de que aqueles que escolhem seguir à Cristo de perto como você, são perseguidos, enfrentam muitas dificuldades por causa do amor ao Evangelho (isso é Bíblico, e eu mesmo sou prova disso), entendo também, que a Bíblia diz: "A benção do Senhor não acrescenta dores". Como tenho a certeza que você é uma magnífica empreendedora do Reino de Deus, e cheia do Espírito Santo, eu apenas digo à você, olhe para dentro de sí mesma, e ache aquela força que está aí, e quando encontrar-la, levanta, sacode a poeira, passa por cima do inferno se for preciso (você tem poder pra isso), e cumpre a tua missão. DEUS VAI TE RECOMPENSAR!
Conte com a nossa oração, e se você quiser, reescreva essa carta (mais detalhada), e me envie para que eu possa compartilhar com os intercessores, além de Deus, aqui no Brasil tem pessoas que se importam com você. Fica com Deus.
Rev. Rubens Braz